Em uma nova entrevista para o site espanhol eCartelera, Leven falou um pouco mais sobre sua nova série, Gone, que estreou na Espanha dia 1º de Fevereiro:
A cada semana, novas estreias televisivas chegam às nossas telas, e é bastante difícil acompanhar todos esses projetos. Como é difícil encontrar séries que não vimos antes, 'Gone', a nova estréia do canal Calle 13, tem um detalhe que a diferencia do resto dos procedurais: sua personagem principal, sua protagonista.
Tudo começa com a pequena Kit Lannigan, e seu resgate depois de ser sequestrada à cinco anos. O jovem agente Frank Booth, do FBI, conseguiu salvar a menina das mãos de um monstro, e agora, depois de sobreviver a este evento traumático que permanecerá com ela durante toda a vida, ela se juntará ao grupo de Booth para ajudá-los em casos semelhantes. A série é baseada no livro intitulado "One Kick" de Chelsea Cain.
Nós conseguimos conversar com a protagonista da série, Leven Rambin. Não perca, e não perca a estréia de 'Gone' no dia 1 de fevereiro na Calle 13.
eCartelera: Foi uma longa jornada de 'The Book of Daniel', sua primeira série e a primeira vez que esteve na frente de uma câmera...
Leven Rambin: Oh Deus! Como você conhece essa série?
Cartelera: Assisto muita televisão, suponho. [risos]
L.R.: OMG. Durou literalmente dois episódios, há dez anos, e foi cancelado. Estou muito surpresa, então você assistiu tudo? Nem eu vi.
eCartelera: Nós a vimos em 'Jogos Vorazes', em drama e ação. Esta série tem ambos os ingredientes, como você se preparou?
L.R.: É a combinação perfeita entre ação e drama para mim. É um desafio incrível ter que contar toda a história através dos meus olhos, e há muito treinamento físico envolvido. A personagem de Kick está muito preparada fisicamente, mais do que eu, sou mais intelectual. Ela é "menos palavras, mais ação", você sabe, e eu sou o oposto. Eu queria ser mais física possível, na forma de andar, sentar ou interagir com as pessoas. Sua linguagem corporal é completamente diferente, então eu fiz Krav Maga e Karate, ambos com um importante elemento espiritual, já que a personagem também sofre o estresse pós-traumático, que tive que me informar e me familiarizar.
eCartelera: Quando você era jovem, você fez boxe.
L.R.: Sim, minha mãe me pegou com 13 anos, e me levou para Downton Houston, para boxar com homens de 45 anos. Essa foi a melhor coisa que fez para mim, você sabe, me fortalecer. Eles não me deixavam chorar, nem me desculpar por acreditar que não conseguiria faze, apenas ia, me empurraram e aprendi muito a me fortalecer.
eCartelera: A série é uma adaptação de um livro. Você falou com a autora para desenvolver seu personagem?
L.R.: Sim. Falei com ela sobre o livro, e eu também li. Havia muitos detalhes no livro que não estavam no roteiro que me ajudaram a fazer algumas das minhas escolhas e expandir o mundo de Kick.
eCartelera: Na série, e na vida real, vimos que as vítimas se culpam constantemente pelo que acontece com elas. Por que você acha que isso acontece?
L.R.: Eu acho que é devido a uma grande quantidade de vergonha, mas é tão difícil justificar como alguém poderia fazer algo assim. Não há uma resposta lógica para isso, não existe. Você não sabe o que fazer e então você se culpa. Os perpetradores não se sentem culpados, eles não se sentem tão mal quanto a vítima. "Como isso pode acontecer, como eu deixei isso acontecer?" O agressor não entende que a vida das vítimas está mudando para sempre, para eles é uma noite, ou um momento, ou um ano, ou o que quer que seja, mas para a vítima isso afeta psicologicamente para sempre. Espero que, quando o espectador veja a Kick, ele não pense "ah, eles a resgataram, ela está em casa, ela está feliz com sua família". É uma recuperação duradoura e espero que as pessoas vejam isso na série.
eCartelera: Parece que nos primeiros episódios fica claro.
L.R.: Eu queria mostrar no início como a Kick não estava bem por dentro e sendo forte por fora. E então, com sorte, você vê uma transformação de sua força interior ao longo da temporada. Espero que seja o que parece.
eCartelera: Uma pergunta que ficou na minha mente quando assisti o piloto era se veríamos o sequestro de Kick e a investigação.
L.R.: Sim, teremos muitos flashbacks sobre o que realmente aconteceu com Mel e por que ela é como está agora. O relacionamento que eles tiveram, como isso o influenciou, como Linda e outras pessoas estão envolvidas. É um enredo inteiro, é uma grande parte da série. Você vai ver isso a partir da metade da temporada.
eCartelera: Para terminar, gostaria de lhe perguntar sobre os tópicos que são tocados no segundo episódio, assédio sexual e sequestros, algo que infelizmente existe. Você acha que as séries, os filmes... devem dar mais atenção a essas histórias para conscientizar as pessoas sobre sua existência?
LR: Sim. O importante é mostrar de forma real, que as pessoas que não conhecem esses tópicos não vêem a série e acham artificial, que não parece real, seja pelo roteiro, pela interpretação, pele direção ou por qualquer outro motivo . Que você dê a impressão de que é uma mentira, que nunca poderia acontecer com você. Nós tentamos torná-lo o mais real possível, e muitas vezes isso não é algo legal, é sujo, terrível. Eu acho que é importante educar as pessoas, porque é a melhor coisa, a prevenção é a conscientização. Nós não queremos isso em 20 anos, todos dizemos "tudo bem, todos nós sabíamos que essa pessoa era nojenta". Você deve enviar sinais, avisos, estar seguro, ser inteligente, porque você não pode confiar em ninguém lá fora.As pessoas têm que ganhar a sua confiança, elas não cedem. Eu não sabia disso, até este ano. A confiança exige tempo, em ações acima das palavras. E isso vale para quem você trabalha, ou tenha uma consulta, ou se casar.
'Gone' chega na Calle 13 na quinta-feira, 1 de janeiro às 10 p.m.
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